Dormindo como um bebê
Nem sempre eu sei o que eu quero, mas sei muito bem o que eu não quero.
Tem dias que simplesmente não tô a fim de comer mesmo. Mas quando vejo o prato do vizinho passando no restaurante, sempre tá com uma cara melhor. Não posso nem provar um pedaço pra saber, poxa?
Simplesmente extravasar de vez em quando resolveria tanta coisa. Só gritar, sabe? De alegria, de tristeza, de raiva. Sair correndo. Dar uns murros em uma almofada ao invés de ser regulada a só fazer carinho.
Erro, sou avisada, erro de novo, teimo. Eu sei que devia fazer diferente, mas tento, erro, me frustro. Me machuco.
Tem horas que tudo o que queria era um abraço. Ou minha mãe. Ou ficar sozinha. Ou não ser encostada por ninguém. Ou ler. Ou dormir. Ou chorar, sem saber o motivo.
Segurar os pensamentos instrusivos sem fim é mais desafiador do que conseguir ficar sozinha no banheiro.
Tem tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. Tempo que eu não tenho para processar. Então acordo a cada 2 horas. Sinto tanto sono que tenho raiva.
Enquanto isso, meu filho dormiu quase doze horas seguidas noite passada. Talvez eu devia ir pra cama dele hoje à noite, quando o medo vier.
Não é à toa que Severance mostrou uma mãe cobaia fora do mundo corporativo. Dentro dele, então? Hoje entendo. Quase impossível de juntar. Até lá, a gente se dopa para seguir como dá. Mas em tudo, uma vantagem: acho que o estado atual do meu juízo tem me feito uma mãe melhor, por mais bizarro que isso pareça.
Esse negócio de ser adulto é difícil demais. Ser mãe, mais ainda.
A gente escolhe esquecer o quanto é difícil ser bebê também, mas carrega as consequências disso pro resto da vida sem saber.
Até ter o seu.
.tem me inspirado
bonitezas e reflexões filosóficas de centavos
Numa das últimas madrugadas de insônia, me deparei com o termo cultura maker e ando levemente obcecada sobre o assunto. É esse tipo de troca que quero ter com Thomas. Quero ser essa mãe dos crafts, do amor nos detalhes miúdos que passam despercebidos. Dos processos, tempo e intenção como maiores presentes. Sempre fui dessas doidas que gostam mais do cartão do que do presente. Você vai me dizer que isso é coisa de mãe de filho único, e talvez seja esse o caso mesmo. Tenho feito boards no Pinterest de referências do que quero montar baseado nos interesses e habilidades atuais dele.
Ocupar as mãos para desocupar a cabeça e dar espaço pro novo. Cura para o que nos consome.
Até lá, te deixo com a dica do insta massa @marmotasetexugos,da minha colega de clube do livro, Juliana Freitas.
. me manda memes
às vezes melhor que nudes. Não é terapia, mas é terapêutico. O caminho mais rápido pro meu coração e um bom papo. Minhas atuais obsessões.
Kendrick Lamar no Super Bowl e Not Like Us (xingar o Drake é bom demais)
Emilia Perez Vs Fernanda Torres (vai ter Copa do Mundo no Carnaval SIM!)
Causos da vida trouxa corporativa
Mãe e Pai de Toddler só se lasca
.links
tudo o que assisti, li, ouvi e eu acho que você também deveria. Se tu era da época da The Bubble, essa sessão é pra matar a saudade.
Insira links aqui
Infelizmente essa sessão vai ficar pra depois, afinal essa é uma newsletter possível apenas na escala de uma mãe cansada e da capacidade de leitura milennial atual.
Fico te devendo essa.
.quero falar depois com calma
brain dumps para anotar e não esquecer de uma criatura filosófica, ansiosa, virginiana e agoniada. Se desse pra mandar áudio era tão bom. me conta qual você quer ler primeiro?
Desmame
A danada da Montessori tem razão: autonomia e confiança pra rompem ciclos
Saco cheio do excesso de regra e informação na maternidade da minha geração
Rotação de brinquedos/ livros / crafts da vez
qualquercoisaquenaofaledematernidadeepirralhosjuliapeloamordedeus
Vou fugir do insta por uns tempos (talvez, se conseguir). Me manda uma mensagem em algum lugar que não desapareça em 24h pra me contar o que achou? Sou carente de atenção e vou adorar saber (isso daria outro texto bom, será?)


Me vi em cada linha que escreveu, Ju! Apesar de atualmente estar acordando a cada duas horas por conta do Atlas, todo resto é exatamente como me sinto finalmente colocado em palavras. Amo ler tudo q vc escreve e muito feliz que voltou!!! ❤️ é um presente. Amei a recomendação do insta tbm!!!
Eu ia comentar sobre como amei tanto esse seu texto de hoje, quando enquanto eu rolava para chegar nos comentarios encontro uma indicacao pro meu perfil. Me senti muito honrada :)